domingo, 8 de março de 2009
AVANTE, MULHER DEFICIENTE
AVANTE, MULHER DEFICIENTE
Francisco Medeiros Quarta
Irmã, quando nasceste, a sociedade
Pensou que o mundo inteiro ia ruir;
Se podes, elucida essa ignorância.
És membro activo desta Humanidade;
Tua oportunidade irá surgir;
Procura-a, com afinco, desde a infância!
Ultrapassa o desdém e a compaixão,
Numa luta, sem tréguas, dia a dia;
Não deixes sufocar a tua voz!
Neste apelo, eu pretendo dar-te a mão;
Vamos vencer, em mútua companhia,
Tanto egoísmo, neste mundo atroz!
Não me conheces de lado nenhum;
Podes, por isso, estar desconfiada,
Instinto natural de autodefesa.
Entre os seres humanos, sou mais um
Que, conseguindo a vida partilhada,
Quer para ti tal bem da Natureza!
Não falo a esmo: sou deficiente;
Por isso o teu problema é também meu!
Mas não podemos sossobrar, na vida!
Dentes cerrados, temos de ir em frente:
Cada mulher ou homem, se nasceu,
Terá os seus direitos, à partida.
No mundo há tempestades e bonança:
Não te envergonhes, nunca, de chorar,
Porque, logo a seguir, vem um sorriso!
Que vivas sempre envolta em confiança;
Através dela, poderás sonhar
Em erigir na terra um paraíso…
Nele serás a deusa da partilha,
Sempre disposta a dar e receber
Compreensão, carinho, amor, ternura!
Imagina tão doce maravilha:
Deficiente, embora, podes ter
Na vida, um belo oásis de ventura!
Um pouco de ilusão anestesia
Os fracassos, o medo, o sofrimento,
Que jamais poderemos evitar!
Mostremos sempre a quem nos desafia,
Que, com vontade, mesmo sem talento,
Unidos, poderemos triunfar!
Não desmazeles: tens também deveres,
Que deverás cumprir, integralmente;
Assim, jamais mendigarás o pão.
E, sendo igual a todas as mulheres,
Conquistaste, árdua, e muito honradamente,
O sagrado direito à profissão!
Com cadeira de rodas ou bengala,
Vences as dificuldades que aparecem,
E terá mais sabor tua vitória!
Perante as injustiças, quem se cala,
Tomba, vencido, todos logo o esquecem,
Porque dos fracos… não reza a História!...
E quando o coração de palpitar,
Não sufoques, jamais, teus sentimentos:
Se tens alma, desejas, boa amiga!
Não ligues a quem te ouse censurar!
Preconceitos são pérfidos tormentos:
Manifesta-te, mesmo rapariga!
A timidez também me amordaçou,
E quase nunca a consigo vencer:
Constantemente sou prejudicado!
O quotidiano não modificou
Esta conduta que, desde o nascer,
Me tem, até agora, acompanhado…
Não quero que outros passem privações,
Pois a vida não espera por ninguém;
Mal de quem não a sabe aproveitar!
Não silenciem vossos corações!
E quem os conquistar, seja por bem
Em partilha feliz, sempre a sonhar!...
Vai avante, mulher deficiente:
Com amigos, família, sê feliz,
E que todos te saibam respeitar!
Adversidades, tem-nas toda a gente!
Sê, no palco da vida, boa actriz,
Para o mundo aplaudir sempre a vibrar!
Físicas falhas sejam colmatadas
Com optimismo e força, em cada dia,
Espalhando a paz e o amor, sempre entre nós!
Partindo, idosas, bem realizadas,
Fique o doce perfume, que inebria,
Emoldurado pela “Nossa Voz”!
Francisco Medeiros Quarta
Irmã, quando nasceste, a sociedade
Pensou que o mundo inteiro ia ruir;
Se podes, elucida essa ignorância.
És membro activo desta Humanidade;
Tua oportunidade irá surgir;
Procura-a, com afinco, desde a infância!
Ultrapassa o desdém e a compaixão,
Numa luta, sem tréguas, dia a dia;
Não deixes sufocar a tua voz!
Neste apelo, eu pretendo dar-te a mão;
Vamos vencer, em mútua companhia,
Tanto egoísmo, neste mundo atroz!
Não me conheces de lado nenhum;
Podes, por isso, estar desconfiada,
Instinto natural de autodefesa.
Entre os seres humanos, sou mais um
Que, conseguindo a vida partilhada,
Quer para ti tal bem da Natureza!
Não falo a esmo: sou deficiente;
Por isso o teu problema é também meu!
Mas não podemos sossobrar, na vida!
Dentes cerrados, temos de ir em frente:
Cada mulher ou homem, se nasceu,
Terá os seus direitos, à partida.
No mundo há tempestades e bonança:
Não te envergonhes, nunca, de chorar,
Porque, logo a seguir, vem um sorriso!
Que vivas sempre envolta em confiança;
Através dela, poderás sonhar
Em erigir na terra um paraíso…
Nele serás a deusa da partilha,
Sempre disposta a dar e receber
Compreensão, carinho, amor, ternura!
Imagina tão doce maravilha:
Deficiente, embora, podes ter
Na vida, um belo oásis de ventura!
Um pouco de ilusão anestesia
Os fracassos, o medo, o sofrimento,
Que jamais poderemos evitar!
Mostremos sempre a quem nos desafia,
Que, com vontade, mesmo sem talento,
Unidos, poderemos triunfar!
Não desmazeles: tens também deveres,
Que deverás cumprir, integralmente;
Assim, jamais mendigarás o pão.
E, sendo igual a todas as mulheres,
Conquistaste, árdua, e muito honradamente,
O sagrado direito à profissão!
Com cadeira de rodas ou bengala,
Vences as dificuldades que aparecem,
E terá mais sabor tua vitória!
Perante as injustiças, quem se cala,
Tomba, vencido, todos logo o esquecem,
Porque dos fracos… não reza a História!...
E quando o coração de palpitar,
Não sufoques, jamais, teus sentimentos:
Se tens alma, desejas, boa amiga!
Não ligues a quem te ouse censurar!
Preconceitos são pérfidos tormentos:
Manifesta-te, mesmo rapariga!
A timidez também me amordaçou,
E quase nunca a consigo vencer:
Constantemente sou prejudicado!
O quotidiano não modificou
Esta conduta que, desde o nascer,
Me tem, até agora, acompanhado…
Não quero que outros passem privações,
Pois a vida não espera por ninguém;
Mal de quem não a sabe aproveitar!
Não silenciem vossos corações!
E quem os conquistar, seja por bem
Em partilha feliz, sempre a sonhar!...
Vai avante, mulher deficiente:
Com amigos, família, sê feliz,
E que todos te saibam respeitar!
Adversidades, tem-nas toda a gente!
Sê, no palco da vida, boa actriz,
Para o mundo aplaudir sempre a vibrar!
Físicas falhas sejam colmatadas
Com optimismo e força, em cada dia,
Espalhando a paz e o amor, sempre entre nós!
Partindo, idosas, bem realizadas,
Fique o doce perfume, que inebria,
Emoldurado pela “Nossa Voz”!