O Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP vai sediar um instituto que terá como temas de estudo a violência, a democracia e a segurança cidadã. Várias instituições farão parte do órgão que será um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e terá um investimento de R$ 4,58 milhões nos primeiros cinco anos.
O Instituto realizará pesquisas com a finalidade de esclarecer que tipo de democracia se desenvolve no Brasil. Em entrevista à agência USP, Nancy Cardia, que faz parte da coordenação do NEV, explicou que os estudos desenvolvidos no projeto pretendem responder “qual a relação entre a falta de acesso aos direitos humanos e a consolidação da democracia no Brasil?” e “como desenvolver uma cultura de respeito e valorização do Estado de Direito?”.
Os recursos serão utilizados para pesquisa básica, realização de seminários, publicações, bolsas, computadores (para coleta armazenamento e análise de dados) e equipamentos de videoconferências, a fim de facilitar o intercâmbio entre as instituições integrantes das pesquisas.
Além da USP, fazem parte do projeto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Cada instituição que forma o Instituto realizará estudos complementares aos temas centrais. A UFRJ irá desenvolver pesquisa sobre os mercados ilegais de drogas, o Fórum de Segurança Pública vai avaliar as políticas de segurança do Estado, a Fiocruz deverá realizar um trabalho sobre epidemiologia da violência no Brasil.
O coordenador do Instituto, professor Sérgio Adorno, está trabalhando em uma pesquisa sobre a diminuição dos homicídios no Estado de São Paulo, por meio da análise de boletins de ocorrência (B.O.s), de um período de nove anos.
Ao término do estudo, os dados coletados nessa pesquisa serão colocados na internet. Maria Stela Grossi Porto, professora da UnB, desenvolve uma pesquisa relacionada ao tema abordado por Adorno. Ela estuda a relação da impunidade com os homicídios e a representação da identidade policial na sociedade.
O professor Adorno avalia que a experiência desse novo Instituto em rede com outros centros de pesquisa será “trabalhosa”, mas acredita que vá produzir resultados muito significativos.